17.9.08

Quando as folhas coloridas do Central Park adornam as calçadas de Copacabana




Ou
Essa gente que insiste em procurar a redenção onde ela não está (mas onde pode ser vista com uma nitidez brutal)

Terça-feira, sessão das 18:30, pouca gente no cinema, ótima companhia e um filme que me pareceu dois.
É fácil entrar no cinema, assistir a um filme e gostar ou não gostar. Agora, entrar no cinema, assistir a um filme e não ter certeza... me deixa um tanto alucinada. E foi isso que senti ao final da sessão de Os Desafinados.
Momentos de um didatismo enervante seguidos de uma poesia simples (mas nem por isso menos encantadora). Uma breve, porém forte, referência a Ditadura Militar que é chocante principalmente porque nos mostra o quanto somos ignorantes sobre esse período da nossa própria história, ainda mais sobre o aspecto humano dos acontecimentos. Amores, paixões e música...
A trilha sonora é personagem, em momentos faz seu papel de acompanhar e dar emoção aos acontecimentos, mas em outros momentos é o próprio filme. Simplesmente se basta.
Sobre serem dois filmes em um...
O primeiro retrata uma história dos amigos que juntam o sonho da música com o sonho americano e encontram paixões sob os olhares das folhas coloridas do Central Park com momentos de fossa em pleno Rio de Janeiro. Um romantismo meio piegas mas envolvente.
O segundo é uma grande menção aos jovens que mudaram as suas vidas transformando a música brasileira. Alguns lançados ao estrelato e a maioria voltando ao anonimato ao chegar ao fim o movimento Bossa Nova. Um romantismo de idéias.
Os dois juntos causam aquela dúvida se é um filme alegre ou triste, se é realidade ou ficção, se é uma história de amor ou uma coletânea de desilusões ou simplesmente o retrato nostálgico e melancólico de uma geração.
Sendo tudo isso, ou quem sabe nada disso... sem dúvida nenhuma é um filme de vale a pena ser assistido (e analisado!) e acho que o timing foi perfeito... afinal, depois da exposição na OCA , foi como continuar no clima de celebração a esses artistas brasileiros que conseguiam como que num passe de mágica colocar toda poesia que existe num número incrivelmente pequeno de acordes.

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